Estive em Arraial d’Ajuda neste fim de semana. Há mais de um ano planejo uma visita ao esporo de MetaReciclagem Bailux para dar uma oficina e conhecer Arraial d’Ajuda. Depois de uma noite de viagem, chego às 7h30 da manhã em Porto Seguro. Na rodoviária, peguei um coletivo e desci perto da Balsa. Do outro lado, peguei mais um coletivo até Arraial. Gostei do fato de a balsa e os ônibus para Arraial d’Ajuda funcionarem 24h por dia. O transporte coletivo de Porto Seguro, apesar de caro, me passou a impressão de ser ágil.
Desci na praça da Igreja e encontrei o Régis, grande articulador do Bailux. Ele me levou até a Pousada Flamboyant, na rua Mucugê, apelidada de “A rua mais charmosa do Brasil”. E a rua realmente merece: bem arborizada, com restaurantes e lojinhas com fachadas muito bonitas. O dono da pousada é amigo do Régis e ofereceu a hospedagem pra eu poder ir até lá compartilhar conhecimento com o Bailux.
Travessia de balsa em Porto seguro
Depois de um banho e de tomar café da manhã. Desci com o Régis e seu cachorro Sherlock para a praia. No caminho, fui apresentado a alguns pontos turísticos e conheci um pouco da história de Arraial. Também conversamos bastante sobre a sustentabilidade do Bailux e estratégias que podem potencializar a ação do grupo.
À tarde, iniciamos a oficina. Não tive tempo de organizar nada antes, mas tudo fluiu maravilhosamente bem. A ideia da oficina era fornecer o conhecimento básico para que o Bailux possa produzir pequenos vídeos em baixa resolução, filmados a partir de câmeras fotográficas digitais. Começamos falando de captação de imagens, depois cada um gravou um depoimento relatando como chegou ao Bailux e sua visão em relação ao grupo. Nesta tarde, ainda vimos um pouco de Cinelerra, software de edição de vídeo.
minha segunda casa
Já à noite, fui em Porto Seguro encontrar com Neidinha, amiga que conheci recentemente em Cachoeira. Ela me apresentou a parte mais movimentada da cidade, com muitos restaurantes dos mais variados tipos, bares com música ao vivo e lojas de artesanato. O turismo em Porto Seguro é muito agressivo. Tudo na cidade praticamente só gira em torno disso.
No outro dia, acordei cedo e fui à praia. No final da manhã, conheci a loja onde o Régis, há 18 anos, vende seus produtos. Continuamos a oficina à tarde, a metodologia foi mostrar alguns recursos do programa e, imediatamente todos irem praticando. À noite dei uma volta pela cidade, fiz umas fotos e fui encontrar Régis e Rafael para fazermos um intensivão de Cinelerra.
Rua Mucugê
No domingo, não teve praia: céu todo nublado. Começamos a oficina de manhã e estendemos até perto de 15h. Ao longo do dia, discutimos um pouco a questão da sustentabilidade do projeto (como conseguir recursos para o projeto sem criar hierarquias e burocratizar as relações?) e finalizamos a edição do vídeo (link pra assistir) com os depoimentos do grupo. O Cinelerra instalado no notebook do Régis apresentou alguns bugs ao renderizar, mas mesmo assim conseguimos finalizar o vídeo.
Mais tarde, conheci o litoral norte de Porto Seguro, até a praia de Coroa Vermelha, uma região onde ainda vivem muitos índios. Próximo à cruz de aço colocada pra simbolizar o local da primeira missa em solo brasileiro, muitos dos indíos vendem artesanato. Algumas crianças indígenas pediam dinheiro pra olhar os carros. Triste ver a situação dos indígenas na região…
Espaço do Bailux
Numa próxima oportunidade, faremos uma oficina de técnicas de animação no Bailux. Gostei muito de Porto Seguro e Arraial d’Ajuda, toda a galera do Bailux foi muito receptiva e gentil. Espero voltar lá mais vezes!
Vista do mar, na praça da igreja
Rua mucugê à noite
A turma do bailux